RS tem resultado negativo no Índice de Atividades Turísticas. O que podemos aprender com o número?

Conforme já era esperado, o dezembro atípico na Serra Gaúcha refletiu no Índice de Atividades Turísticas, um indicador do IBGE que acompanhamos muito de perto. O Rio Grande do Sul, que mensalmente é destaque positivo no Brasil, foi o único Estado a registrar um resultado negativo no último mês de 2022: -3,5%. Essa queda não impede a comemoração pelo crescimento anual de 35,8%, atrás apenas de Minas Gerais (49,4%) e São Paulo (36,0%) no acumulado.

Porém, um resultado negativo precisa acender um sinal amarelo. A Serra Gaúcha é a região que puxa o turismo gaúcho, portanto, muitas das respostas para essa queda estão por aqui. Houve fatores sobre os quais não temos controle, como o preço das passagens aéreas? Sim, sabemos. Houve eventos atípicos que não serão constantes, como as eleições e a Copa do Mundo? Sim, concordamos. Mas sempre há lições a tirar de momentos assim.

O G30 Serra Gaúcha é um think thank que reúne o trade, portanto, não estamos aqui para apontar motivos ou cravar as causas. Estamos aqui, como estivemos nos últimos cinco anos, para estimular o debate. Essa queda nos números de uma região próspera e acostumada a celebrar gráficos em ascensão precisa provocar um momento de reflexão de todo o trade. O que coube a nós nesse resultado negativo? Como podemos nos prevenir de fatores externos? Será que estamos sendo inovadores o suficiente? Estamos realmente olhando para o que alguns turistas apontam como ruídos para visitar a Serra?

Durante a pandemia, o trade se uniu de uma forma tão sólida, que hoje podemos, orgulhosos e felizes, dizer que conseguimos reduzir diversos prejuízos para proprietários e trabalhadores de atrativos. Está na hora dessa turma sentar novamente para conversar. Não se trata de um momento para apontar culpados e nem entrar em pânico. Nada indica que seguiremos em uma espiral descendente, mas simplesmente ignorar um sinal nunca é uma boa ideia. Para que essa queda seja realmente apenas um caso isolado, é preciso olhar pra ela, identificar o que pode ter impactado e aprender para não repetir.